Sempre tive aversão por autenticidade. Na verdade, tenho
aversão do que se compreende por autenticidade. O atual conceito de autêntico
depende de uma eleição injusta da sociedade. Nós elegemos aquilo que, hoje, faz
sucesso e é estranho, ou diferente, e dizemos que aquilo é autêntico.
Entendemos hoje por autêntico aquilo que é (momentaneamente) aceitável.
Algo que quebra algum paradigma pra nós é autêntico. Alguém
bizarro ou mal educado. O humor
descontrolado, as verdades sem papas na língua, ou nas letras. -“Nossa, amei,
super autêntico!” Dizemos nós diante daquilo que nos é oposto. Lutamos hoje por uma autenticidade, uma
originalidade, um jeitinho ímpar, tudo pra sermos aceitos de alguma forma.
De tempos em tempos a mentalidade da unanimidade muda completamente.
E lá vamos nós, correr atrás do tempo perdido. Queria alertar que isso é um
erro em grande escala, em qualquer esfera da vida humana. Olho hoje pra mim, e
penso que perdi muito tempo tentando me enquadrar em alguns moldes. O pior é
que aparentemente nós não temos escolha, mas gostaria de esclarecer que sim.
Olha o que o dicionário diz sobre autenticidade: “Entende-se
por autenticidade a certeza de que um objeto (em análise) provém das fontes anunciadas e
que não foi alvo de mutações ao longo de um processo.”
Segundo essa informação,
me pergunto, mesmo assim, por que gostamos tanto de adulterar algumas verdades,
ou sentidos? Por que aquilo não é bom sendo aquilo mesmo? Irônico, quando
algumas vezes fazemos sérios apelos por mudanças, mas chegamos à conclusão de
que o melhor é a pureza das coisas.
Uma adulteração frequente
é o evangelho. Como gostamos de adulterá-lo, de interpretá-lo de qualquer
forma, e de usá-lo contra alguém, ou a nosso benefício. Mas oramos por conhecer
a Jesus e fazê-lo conhecido. Desejamos a evangelização mundial, do nosso
evangelho particular, da parte que nos é sagrada das escrituras. Mais uma vez,
eleição injusta!
Mesmo que a história da
igreja nos mostre que a bíblia como a conhecemos tenha sofrido os seus
processos de mutação, bem sabemos, sem dúvidas, que a mensagem por ela
anunciada é imutável e autêntica, no melhor sentido da palavra. O livro que
revela o mestre pode ser o melhor exemplo pra definir autenticidade.
Autenticidade... Bobagem,
hoje em dia tudo é tendência, e tendência passa. O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de
passar. Mateus 24:35
Sabe gente, O evangelho é
imutável, autêntico, único mesmo! Nenhuma historinha de crianças se compara a
ele. Nenhuma mera semelhança histórica pode substituí-lo. Nenhuma preferência
ideológica pode vencê-lo. Isso sim, é autenticidade. Deixe o evangelho ser puro
nos nossos dias.
Assim será a minha
palavra, que sair da minha boca; ela não voltará para mim vazia, antes fará o
que me apraz, e prosperará naquilo para que a enviei. Isaías 55:11